quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Olhos d'Água

Rebentos cristalinos
do ventre fecundo,
do seio profundo,
Caparaó,menina dos olhos.
A vida lhe sorri pelos lábios da mãe,
escorre e corre para o abraço,
nina nos braços
Esquerdo e Norte,
do berço para a morte.
Sumidouro,
ouro, de tolo
onde há fumaça sem fogo.
Véu de noiva
grinalda de orquídeas.
Águas de cheiro
perfumam as ninfas,
alecrim, manacá, jasmim.
Serpenteia ao léu
no jardim do éden,
sem maçã,
sob o anil do céu.
Chora o céu
a tristeza de Deus,
na dor da margem do meio
rasga o seio,
sangra
tinge o mar,
inunda olhos d’águas
nas mágoas do matuto
sem lágrimas para chorar.

 

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